segunda-feira, 15 de junho de 2009
números que retratam o índice de gravidez na adolescência a nível de Brasil ou do Estado do Ceará;
Brasil: Casos de gravidez precoce reduziram 33% em Minas
28 05 2009
Na casa da adolescente Flávia Gomes Chagas, 16, gravidez precoce é motivo de muita conversa. Talvez por isso ela e a irmã, de 21 anos, alimentam projetos que passam longe das roupinhas de bebê ou das trocas de fraldas durante a madrugada. Ambas acreditam que filhos, somente depois de uma carreira profissional consolidada.
Realidades como a da adolescente são um sinal da tendência de queda nos casos de gravidez precoce. Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de adolescentes grávidas na faixa entre 10 e 19 anos reduziu em 33,2% em Minas Gerais. Em 1998, foram realizados 63.070 partos nessa faixa etária. No ano passado, os registros caíram para 42.130, ou quase 21 mil a menos que no fim da década de 90.
O Brasil registrou redução inferior, mas não menos expressiva. O país teve 30,6% menos adolescentes grávidas: passou de 699.718 partos em 1998 para 485.639 ano passado, ou 214 mil a menos. “Não penso exatamente em ter filhos. É uma responsabilidade muito grande para ser assumida e que requer um comprometimento muito grande. Não sei se estaria disposta a abrir mão de certas coisas, como ter uma vida social mais livre, por exemplo”, conta Flávia.
A estudante, que cursa o primeiro ano do ensino médio, quer prestar vestibular para história. Ela conta que já teve alguns namorados, mas sua prioridade são os estudos. Para não ser surpreendida com uma gravidez indesejada na adolescência, a mãe de Flávia, a dentista Sara Araújo Gomes, 48, deu a receita usada por ela e pelo marido com as filhas. “Sexualidade não é tabu em casa. Desde o início da adolescência, conversamos abertamente com elas sobre gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e prevenção”, diz.
A realidade encontrada na casa de Sara exemplifica um fato constatado pelo Ministério da Saúde. De acordo com a coordenadora da área de saúde do adolescente e do jovem do órgão, Thereza Delamare, a mudança no tratamento da temática dentro da sociedade foi fator fundamental para a queda nos índices de gravidez entre adolescentes.
Segundo ela, os programas de educação sexual nas escolas e a abertura para a discussão do tema melhoraram a informação para jovens, seus pais, professores, profissionais de saúde e a comunidade de forma geral.
A preocupação de Flávia com a carreira profissional também é apontada pela coordenadora como um espelho das mudanças no perfil dos jovens. “Eles querem, e até mesmo têm, uma pressão para se estabelecer profissionalmente. A gravidez gera muitas obrigações e muitas das adolescentes optam por evitá-la”, diz Thereza Delamare. Entretanto, ela afirma que a ocorrência da gravidez na adolescência pode ser um desejo pessoal. “Há casos em que elas querem ter os filhos.”
DST. Outro fator para a redução, segundo a coordenadora, foram as ações de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, sobretudo a Aids, e a difusão da importância do uso do preservativo. Dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde do ministério mostram que o percentual de mulheres em idade reprodutiva que recorreram ao Sistema Único de Saúde para adquirir contraceptivos subiu de 7,8% em 1996 para 21,3% em 2006. O estudo aponta ainda queda no número de filhos nas famílias brasileiras. De 2,5 filhos em 1996, a média reduziu para 1,8.
Em Minas, o consultor do programa Saúde na Escola, da Secretaria de Estado da Saúde, Paulo Ribeiro, afirma que as ações de educação sexual e reprodução nas escolas têm sido parceiras na redução da incidência da gravidez não planejada entre adolescentes.
Ranking
Gravidez. Minas ocupa o terceiro lugar na lista de Estados brasileiros com maior número de partos realizados. Em 2008 foram 42,1 mil. São Paulo está em primeiro, com 73,8 mil, seguido da Bahia, com 42,5 mil.
Frase
“Estudos mostram que adolescentes inseridas em locais de maior vulnerabilidade social e econômica estão mais suscetíveis à gravidez”
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